quinta-feira, 19 de maio de 2022


O chão do lar é outro.
O desejo de pisar naquela cerâmica fria é maior do que o ser.
Meus dedos doem. Dos pés, das mãos... Até o nariz arruma dedos pra doer.
Dentro do abrigo, meu refúgio, outras tretas surgem...
A louça, o pelo, o curativo, a comida, a ração, o rala... Um amontoado que desce a ladeira pra acordar de manhã com uma corrente de ar frio que vem do sul. Chegue, Yakecan!
Que caminho é esse, cheio de descaminhos, onde as trajetórias parecem se desfazer num sem rumo?!
Posso assim me desfazer num beco qualquer? Onde o sol me aqueça enquanto me liquefaço? Pode ser dentro de uma lataria qualquer, com uma pequena caixa de som e uma garrafa d'água? Se pá, um paiêro... Frio da porra! Meus dedos doem. Meu nariz arde. O frango tá no fogo, com pimenta-calabresa e açúcar mascavo. Depois posto o tutorial. Beijos de luz. Até amanhã!